Olá! :) Isto é um Molligram.
E o que é um Molligram? Basicamente, uma ideia tola que me passou pela cabeça. Daquelas coisas que talvez não interessem a ninguém… mas aqui fica 😅.
Imagina que, um dia, o Instagram fecha: tudo o que publiquei desaparecia. E mesmo que as minhas publicações pareçam muito caseiras, há imenso tempo e trabalho por detrás: gravar tudo “por via das dúvidas”, pensar no que partilhar, escrever as legendas, traduzi-las, responder a mensagens (que eu adoro, já agora), editar, escolher a música (ai, a eterna procura… porque é que demora tanto a encontrar uma de que gostamos?), planear o calendário de publicações, ver as estatísticas…
Não é uma queixa — eu gosto mesmo de partilhar. Mas é um esforço grande que pode desaparecer de um dia para o outro. Por isso criei este espaço no meu blog: um resumo mensal onde posso guardar as publicações em segurança e, às vezes, desenvolver um bocadinho mais o que já mostrei. Uma espécie de “querido diário” da minha viagem criativa.
Workshop de Pintura em Canecas – Coimbra Hype Market
No dia 10 de setembro, publiquei (mesmo em cima da hora 🙈) o cartaz do meu workshop de pintura em cerâmica no Coimbra Hype Market , que teve lugar no dia 20, no Parque Verde do Mondego. Como faltavam apenas dez dias, decidi promover a publicação com anúncios Meta para garantir que mais pessoas a vissem. Funcionou: a publicação teve grande alcance e o workshop esgotou.
Fomos 8 participantes (de um máximo de 10), o que considero o número perfeito: suficiente para criar um bom ambiente, mas pequeno o bastante para dar atenção a todos. Foi uma experiência tão agradável e divertida e, como sempre, resultaram peças lindas.
E claro, o trabalho não acaba aí: levo todas as peças para casa, deixo-as secar, vidro-as, faço a cozedura no forno e, por fim, envio-as pelos CTT. É um processo longo, que adoraria mostrar com mais detalhe num próximo post 🙂.
O Lobo Simpático
De seguida, partilhei um reel de um dos meus bonecos preferidos: O Lobo Simpático .
Estou completamente apaixonada por esta peça: é simples, mas cheia de pequenos detalhes que me fazem sorrir. Lembra-me os lobos dos contos de fadas: dentes grandes, olhos grandes… mas com um ar muito doce.
A t-shirt, estampada com crianças a brincar, é adorável. As calças estão cobertas de um padrão cheio de emoções: estrelas zangadas, sóis felizes, uma lua triste…
O que mais adoro é o jogo que cria: pode ser um lobo simpático, um lobo mau, um que come crianças ou simplesmente um que quer ser amigo delas. Tudo depende da imaginação.
Este boneco é-me muito querido, e o facto de também ser um dos mais vendidos deixa-me ainda mais feliz. Não há nada mais gratificante do que ver algo que amo tanto também a tocar outras pessoas 💛.
CAIU, ACONTECE – As Coisas Partem-se
Em setembro, também partilhei um blooper — porque, para ser sincera, parto coisas com bastante frequência 😐. Estou numa fase de transição entre o meu antigo ateliê em São Romão e o novo que estou a construir em casa, e neste momento trabalho num espaço muito pequeno. E, mesmo sendo bastante organizada, quando começo a trabalhar o caos instala-se: ferramentas e materiais por todo o lado, não encontro nada. O resultado? Peças que caem, partem-se, experiências que correm mal… acho que podia abrir uma conta de Instagram só chamada “as coisas que eu parto”.
Às vezes são apenas peças pequenas, outras são produtos acabados e prontos para enviar… e, mesmo antes de os embalar, pumba — no chão. No início ficava frustrada, mas já não. Aprendi a aceitar como parte do processo. Acontece.
Combinei o vídeo com um áudio argentino que encontrei no Instagram, cheio de palavrões 😅. Em Portugal as pessoas não dizem muitos palavrões, mas em Espanha é super normal (e confesso que ainda me custa travar-me 😅). Por isso achei divertido usar esse áudio para mostrar —com humor— que às vezes as coisas correm mal. E está tudo bem: voltamos a começar. No fim de contas, o tempo é só tempo.
Uma pequena história de infância: quando eu andava no infantário, se alguém dizia uma asneira, as professoras faziam-nos lavar a língua com sabão. Acho que a minha turma foi das últimas a passar por isso (felizmente hoje seria impensável!). Mas, às vezes, ainda me apanho a pensar: “Susana, cuidado… ainda te lavam a língua com sabão…”
A Sua Patinha no Barro
No dia 19 de setembro, anunciei uma experiência especial que queria testar no Coimbra Hype Market no dia seguinte: “A sua patinha no barro”. A ideia era simples e divertida: levar barro fresco para o mercado, para que, quando alguém passasse com o seu cão, pudéssemos pressionar a patinha dele numa placa de barro.
Já tinha feito o teste em casa com os meus próprios cães (os que aparecem no vídeo) — e foi maravilhoso. Descobri que, embora os cães não tenham impressões digitais como os humanos, cada pegada é única. Por exemplo, o meu primeiro cão, que tem as almofadinhas mais finas e secas, deixou uma marca enorme e super detalhada.
O resultado é uma peça de cerâmica bonita e única, uma recordação que fica para sempre. Foi uma experiência muito divertida — e acho que tanto os cães como os donos também adoraram 🥰.
Não Conseguimos Ficar Separadas
O dia 20 de setembro foi novamente dia de mercado no Coimbra Hype Market, no Parque Verde do Mondego. E, para além das vendas e do workshop, recebi uma visita muito especial: a Ana, da Flores do Torrão.
A Ana e eu conhecemo-nos em alguns mercados em 2024 e, nesse Natal, um pouco de forma espontânea — já que mal nos conhecíamos — decidimos colaborar e participar juntas na Feira dos Sabores de Chaves. O que começou como uma ideia impulsiva (e talvez um pouco louca) acabou por se tornar o melhor mercado que já fiz até hoje: vendas recorde, intenso, divertido, com peças exclusivas criadas especialmente para essa feira. Foi também aí que nasceram as Alheiritas. E, a partir desse momento, nasceu uma amizade linda: a Ana e o marido receberam-me em casa como se eu fizesse parte da família.
Desde então, já participámos juntas em alguns mercados e, mesmo tendo produtos muito diferentes — ela faz arte com flores prensadas e velas de cera de abelha —, os nossos trabalhos combinam na perfeição. A Ana tem um olhar incrível para a decoração, e sempre que vejo o que ela cria sinto uma enorme sensação de calma.
Nesse dia, enquanto eu estava a dar o workshop, a Ana ficou a tomar conta da minha banca. Quando voltei, encontrei esta fotografia que ela tinha publicado no meu Instagram. Fiquei mesmo feliz, porque mostra claramente o quanto os nossos trabalhos se complementam 💛.
Primeiras Experiências com IA
Em setembro decidi experimentar algo novo: gerar imagens com inteligência artificial. Não tiro fotografias a crianças, mas gostava da ideia de mostrar as minhas bonecas em contexto — por isso resolvi testar. Fiquei surpreendida com o resultado de apenas um pequeno ensaio e decidi partilhá-lo.
Uso a IA principalmente para organizar o meu trabalho, analisar resultados (Meta/Analytics) e traduzir textos. Ah, as benditas traduções… Sou espanhola e vivo em Portugal desde 2018. Falo português razoavelmente bem (se ignorarmos o sotaque 🤭), mas escrever é outra história. E não há nada pior do que erros ortográficos (e todos sabemos que o Google Translate pode ser perigoso...).
Sei que a IA é um tema delicado no mundo do artesanato. Para mim, é simplesmente uma ferramenta de gestão — que me ajuda a poupar tempo e a focar-me no que mais importa: criar.
E sim, admito que isto pode soar a justificação (principalmente depois de alguém ter comentado que eu “não tinha integridade” 🥹). Mas este é o meu blog e eu escrevo o que quero 🙃.
Sejamos honestos: já viram as minhas personagens? São basicamente qualquer coisa com uma carinha sorridente 😅. Acham mesmo que preciso de IA para isso? Não — basta uma mente um bocadinho tola e infantil. Experimentem: tirem uma foto a qualquer coisa, desenhem-lhe uma carinha sorridente e voilà — já têm uma personagem Molli & Moai 💃.
Tomàquets de penjar
Com a chegada do outono (ou o fim do verão, depende de como se vê 😄), temos andado a colher e a conservar o que vem da nossa horta: compotas, congelar, secar…
Ter uma horta é terapêutico, sim — mas não se deixem enganar: também é frustrante e dá imenso trabalho. E tem de ser regada. Eu detesto regar. Mas vale a pena: os sabores são autênticos, sabemos que está tudo livre de químicos, e o custo é imbatível.
Nestes dias, com a chuva a aproximar-se, colhi os tomàquets de penjar para começar a pendurá-los. São uma variedade especial de tomate da minha terra (estes vêm de Torroella) e servem para preparar o tradicional pà amb tomàquet (pão com tomate).
Se já passaram férias em Espanha, provavelmente já vos serviram pão com tomate ralado, azeite e sal. Mas não se deixem enganar (e sim, isto pode ser ainda mais polémico do que a IA 🤠): a versão original é esta → corta-se o tomate ao meio, esfrega-se diretamente no pão torrado, e só depois se junta o azeite e uma pitada de sal. E, se forem corajosos e não se importarem com o cheiro, podem esfregar um bocadinho de alho antes do tomate. Isso sim, é o verdadeiro pà amb tomàquet 🤤.
Para mim, isto representa a minha terra muito mais do que as sardanas, o Caganer, o “si fa no fa”, a Sagrada Família ou até o Barça. O que realmente me leva de volta a casa é um tomàquet de penjar.
Aqui na nossa quinta eles crescem lindamente, e conservá-los significa costurá-los e pendurá-los — algo que só aprendi recentemente, porque antes comprava-os já feitos. Agora já sei como se faz, e além de me ajudarem a matar as saudades, tornam-se presentes lindos. As pessoas adoram recebê-los. E sim, um tomate que dura meses é raro, mas também é belíssimo. Quando estão pendurados na cozinha, adoro olhar para eles: são simplesmente bonitos.
Última Publicação do Mês
Para encerrar setembro, partilhei um reel com uma música que já ouvi muitas vezes no Instagram e com a qual me identifico imenso: “I know I should sleep, but the voices in my head go…”. E depois entra o ritmo techno. Muitas vezes é exatamente assim que me sinto 😅.
Não é fácil equilibrar tudo, mas adoro o que faço e não o trocaria por nada. Encontrar um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal quando se tem um negócio de artesanato não é simples, porque o trabalho nunca acaba: há sempre textos para rever, resultados para analisar, fotografias para tirar, peças para acabar, coisas para reorganizar… e, pelo meio, estamos a reconstruir a ruína de pedra no andar de cima. A horta continua a crescer e precisa de atenção. Tenho família, responsabilidades… todas essas coisas de adulto🫠.
Às vezes dou por mim a trabalhar todos os dias durante duas ou três semanas seguidas, ou a fazer dias de 16 horas sem me aperceber. E então lembro-me: tenho de parar. Descansar é necessário e saudável. Adoro o que faço, mas continua a ser trabalho — e às vezes é difícil desligar, precisamente porque gosto tanto.
Trabalhar por conta de outrem é, muitas vezes, mais fácil: sabemos que no fim do mês recebemos o ordenado e temos dias de folga definidos. Claro que há exceções, trabalhos em que se faz horas extra ou fins de semana, mas em teoria são casos pontuais.
Esta publicação acabou por ser, no fundo, um lembrete para mim própria: preciso de descansar para continuar a criar com consciência e para que as coisas corram bem. E sejamos honestos… também queria usar aquele áudio, porque quem é que resiste a um bom som que está em alta? 😉
Eventos de Setembro (e o que vem a seguir)
No dia 20 de setembro voltei ao Coimbra Hype Market — um mercado muito especial para mim, porque foi o primeiro em que participei quando comecei esta aventura. Desde então, participei em quase todas as edições: funcionam sempre muito bem, conheci clientes fiéis e amigos incríveis, e os locais escolhidos são sempre lindos. Além disso, a organização faz um trabalho incrível, cuidando de todos os detalhes.
Em setembro, o Hype preparou mais uma das suas publicações promocionais encantadoras para os artesãos. Adoro a forma como apresentam cada marca com tanto cuidado e estilo.
E, a propósito, a edição seguinte aconteceu no sábado, 4 de outubro, na Casa das Artes Bissaya Barreto, em celebração do seu aniversário.
Também estava planeado participar no Mercadito de Palmo e Meio, em Leiria, no dia 28 de setembro. Estava muito entusiasmada, pois significava ir mais para sul, além de Coimbra. Lugares novos deixam-me sempre com uma ansiedade boa: será que as pessoas vão gostar do meu trabalho? Vou chegar bem? Onde vou estacionar? Curiosamente, consigo conduzir 1.300 km até Espanha sem problema nenhum, mas ir a uma cidade nova deixa-me nervosa 😅. Infelizmente tive de cancelar 😢. Foi a primeira vez que faltei a um mercado, e senti-me mesmo mal por isso. Mas espero participar no futuro, porque o espaço — Mercado de Sant’Ana — parece absolutamente encantador.
Para encerrar o mês, partilhei também o cartaz do workshop, já que a edição seguinte incluía uma nova sessão prática:
Quanto a outubro, será um mês sobretudo de atelier: depois do mercado e do workshop de 4 de outubro, vou focar-me na produção — criar novas bonecas, vidrar cerâmicas e cozer novas peças para a temporada que se aproxima. ✨
E assim chega ao fim este Molligram — até ao próximo mês!